Atividade física e câncer de mama

A Sociedade Brasileira de Mastologia (@sbmastologia) quer alertar neste mês que QUANTO ANTES você incluir a atividade física na sua rotina MELHOR será para a sua saúde, com menos chances de desenvolver um câncer de mama.
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Desde 1980 mais de 80 estudos correlacionam a associação entre a prática regular de atividade física e diminuição de risco de diversas doenças. A prática regular de exercícios físicos pode reduzir o risco de câncer de mama, reduzir as taxas de recorrência e aumentar as taxas de sobrevida após a doença.
A prevalência estimada de sedentarismo é de 38,8 a 40,6% da população mundial. Ajustando para a população que enfrenta câncer de mama essa taxa de sedentarismo passa para cerca de 10%.
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Estar acima do peso após a menopausa aumenta o risco de câncer de mama. Mas qual a explicação mais plausível?
Antes da menopausa os ovários produzem a maior parte do estrogênio do corpo feminino e o tecido adiposo é responsável por uma pequena parte desta produção hormonal. Após a menopausa (quando os ovários param de produzir estrogênio) o tecido adiposo passa a ser o responsável pela produção. E quanto mais tecido adiposo, maior o nível de estrogênio no corpo. Este fato reconhecidamente aumenta o risco para câncer de mama.
Ainda assim, a ligação entre peso e risco de câncer de mama é complexa e pode ser devido uma interrelação biológica entre hormônios sexuais, níveis de insulina e resistência insulínica, fatores inflamatórios, estresse oxidativo.
A American Cancer Society recomenda que você mantenha um peso saudável ao longo da vida (que traz ganhos globais em nossa saúde) e afirma em capítulo recente que mulheres fisicamente ativas tem 10 a 20% menos risco de câncer de mama que as inativas.
Mas e os exercícios físicos?
Atividade física está associada a diminuição dos níveis de estrogênio e aumento da SHBG na pós-menopausa e existe evidência que tais mudanças reduzem significativamente o risco de câncer de mama na pós-menopausa.
Outros mecanismos de proteção são conhecidos: a diminuição de insulina circulante, assim como a melhora da resistência insulínica, altera a regulação endógena dos hormônios sexuais e também a promoção do crescimento celular, principalmente de células tumorais.
A atividade física também tem efeitos imunomodulatórios que melhoram as respostas imunes inata e adquirida e promovem vigilância tumoral.
Estudos ainda demonstram que exercícios aeróbicos podem reduzir o estresse oxidativo e melhorar os mecanismos de reparo do DNA, possivelmente controlando a carcinogênese. Indivíduos ativos tendem a obter maior exposição à luz solar e, portanto, consequente nível mais elevado de vitamina D, a qual pode interferir no processo de proliferação celular.
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American Cancer Society recomenda que adultos realizem exercícios físicos de intensidade moderada por 150 a 300 minutos semanais (ou de 75 a 150 minutos semanais de atividade vigorosa). Ultrapassar esses 300 minutos seria o ideal.
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Para mais informações: https://bit.ly/2GBsAHx
Fontes: @sbmastologia
@americancancersociety
BOER, Myrte C. de et al. The Mechanisms and Effects of Physical Activity on Breast Cancer. Clinical Breast Cancer, [s.l.], v. 17, n. 4, p.272-278, jul. 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.clbc.2017.01.006.
Wu Y, Zhang D, Kang S. Physical activity and risk of breast cancer: a meta-analysis of prospective studies. Breast Cancer Res Treat 2013 February;137(3):869-82.